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terça-feira, 17 de março de 2015

Coerentemente divertido




Nada mais satisfatório do que saber-se coerente, mesmo quando não necessariamente deveria ser...


Comentário sobre nosso parto: "Ela, vegetariana do jeito que é, vai querer aquele parto na água", com certeza!

(In)Coerente

Sempre me achei uma pessoa transparente e muito de acordo com meus valores. Recentemente, porém, passei por episódios meio sem sentido pra mim. Desde que engravidei não consegui mais ingerir álcool, primeiro porque o gosto era intolerável e segundo porque enjoei muito. O mesmo só aconteceu com o café, do qual eu não podia nem sentir o cheiro. 

Apesar disso e de não estar sofrendo de abstinência alguma, recebi o seguinte questionamento: "Você parou de beber? Você conseguiu? Porque o médico da fulana disse que cerveja pode, só não pode bebida destilada." Oi? Cuma? Nunca me senti uma dependente e nunca me apresentei assim em qualquer lugar. Ninguém sabia da minha vontade de ser mãe ainda, mas em momento algum eu daria mais valor ao álcool do que ao bebê. Como foi que mudei minha imagem para as outras pessoas?

Um pouco mais recente, outro acontecimento parecido. Meu avô achou cerveja em promoção no supermercado, perguntou se eu queria. Respondi que sim, que o marido bebe e que meus pais ou as visitas poderiam beber também, caso passassem por aqui. A geladeira ficou com 12 latões em uma de suas prateleiras. Nenhum problema com isso, nenhuma vontade da minha parte. Será que alguma grávida já teve desejo de tomar cerveja? Grávida tem desejo, afinal?. Aí chega gente em casa, vê a geladeira e pergunta se sou eu que estou tomando tudo aquilo. Vou ao restaurante com as mesmas pessoas e peço água mineral com limão espremido. Faço a minha limonada amarga e bebo superfeliz, tendo que ouvir de novo a pergunta e a dúvida sobre o acréscimo de álcool na minha bebida. Não! Mais gelo sim, por favor!

Fiquei pensando se tudo isso aconteceu porque, infelizmente, fui pega no teste do bafômetro uma vez, após a ingestão de 2 copos de cerveja. Precisei chamar meus pais para buscarem o carro e fiquei sem o direito de dirigir por 365 dias. Cumpri à risca todos os dias sem direção e só tirei o carro do estacionamento para minha mãe uma vez. Gostei de andar de ônibus novamente e me reinseri na realidade de quem depende do transporte coletivo. Reclamei muito, deixei de ir em muitos lugares e me senti menos livre algumas vezes. Fiz tudo como manda o protocolo e pronto, peguei a carteira de volta. E não bebi mais antes de pegar no volante.

Também não bebi nesses meses todos de gestação, da mesma forma que não tomei refrigerante. Experimentei um vinho bom que minha mãe abriu e era realmente bom. Senti calor e até deu saudade da cerveja gelada, mas nem pus na boca. Provei coquetel em festa de casamento, roubei um gole de frozen gelado de abacaxi. Neguei suco muito doce e tomei muito limão com água e gelo. Só isso. 
Uma das tirinhas dos bichinhos mais legais do jardim: http://bichinhosdejardim.com/
De tudo, o que mais me fez mal foi ter comido chouriço estragado e fedorento, que depois continuei comendo e gostando do mesmo jeito. O que é até difícil de aceitar, porque tive diarreia e vômito um dia inteirinho por causa do danado. 

Será que tenho sido tão incoerente assim diante das pessoas?